Para a terceira idade, o coronavírus pode se tornar grave, especialmente quando o idoso já tem outros problemas de saúde, como diabetes, doenças respiratórias e cardiovasculares.
Nestes últimos dias, você já deve ter ouvido falar da importância de ajudar os idosos na prevenção ao novo coronavírus.
Eles fazem parte do principal grupo de risco da infecção causada pelo COVID-19, mas não por terem um risco maior de contaminação. Este risco, na verdade, não é diferente do que é visto em outras faixas etárias.
Então, por que os idosos são susceptíveis a ter uma doença mais grave?
As mudanças que acontecem no sistema imunológico durante o processo de envelhecimento do corpo, chamado de imunossenescência, é a principal causa por trás do maior risco dos idosos terem uma infecção grave causada pelo coronavírus e outras doenças. Essas alterações levam a um aumento da incidência e da gravidade de doenças infecciosas, sejam elas causadas por bactérias ou vírus.
Com o envelhecimento, há uma redução no número e na atividade dos linfócitos T, células que ajudam a combater a presença de agentes capazes de prejudicar a saúde do organismo.
A imunossenescência reduz o reconhecimento de novos antígenos, ou seja, o corpo do idoso não reconhece um novo vírus como um invasor e demora a reagir, o que facilita o desenvolvimento de infecções e contribui para uma resposta ineficaz, inclusive à vacinação.
É possível diminuir o risco de infecções graves?
Não existe uma receita clara e definitiva para que os idosos possam diminuir o risco de desenvolver uma infecção viral ou bacteriana grave.
Entretanto, adotar alguns cuidados básicos recomendados para um envelhecimento saudável é fundamental:
– Manter as doenças crônicas (hipertensão arterial, DPOC, asma, diabetes) sob controle, seguindo os conselhos de seu médico e tomando os medicamentos prescritos regularmente;
– manter-se ativo;
– alimentar-se bem, com alimentos com qualidade nutricional;
– não fumar;
– não beber em excesso.
Além disso, é fundamental lembrar da importância que a família e a comunidade têm na diminuição dos riscos de infecções graves para os idosos, se mantendo em casa, com o mínimo contato social possível.
Essa atitude é uma forma de demonstrar carinho e proteção, já que ajuda a diminuir a transmissão do vírus para os idosos.
Se estiver com saudade ou se precisar se manter atualizado, use a tecnologia a seu favor: faça chamadas telefônicas, chamadas de vídeo, escreva e-mails, compartilhe fotos e vídeos.
Na atual situação da pandemia causada pelo coronavírus, o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam ter atenção extra com a higiene para reduzir o risco de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas.
Entre as medidas, estão:
– Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool;
– Evitar tocar os olhos, o nariz e a boca com as mãos não lavadas;
– Evitar contato próximo com pessoas doentes;
– Ficar em casa quando estiver doente;
– Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogá-lo no lixo;
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
Caso queira mais informações sobre o novo coronavírus, o Ministério da Saúde disponibilizou o aplicativo Coronavírus – SUS de forma gratuita para download em aparelhos iOS e Android.
A ferramenta traz dicas de prevenção e explica as formas de transmissão do vírus.
Outra novidade é que o aplicativo permite fazer uma pré-triagem virtual com base nos sintomas que o usuário apresenta e diz se o caso pode ou não ser uma suspeita de coronavírus.
Referências:
Tarazona R, Solana R, Ouyang Q, Pawaelec G. Basic biology and clinical impact of immunosenescence. Exp Gerontol 2002; 37: 183-89.
Dorrington MG, Bowdish DM. Immunosenescence and novel vaccination strategies for the elderly. Front Immunol. 2013;4:171.